domingo, 15 de setembro de 2013

Projeto Orla do Porto


Cuiabá, 10 de Setembro de 2013.
À Prefeitura de Cuiabá
Exmo. Sr. Mauro Mendes Ferreira
  


Carta de Compromisso
Solicitação do projeto orla do porto em Cuiabá

Antes de começar QUEREMOS DEIXAR CLARO NÃO SOMOS CONTRA O PROJETO, APENAS QUEREMOS MELHORÁ-LO. Compartilhe conosco o projeto e as informações. 


O Projeto Porto Cuiabá, em sua proposta apresentada em slides, inicia-se com alguns objetivos muito plausíveis:

    Requalificação urbana da região do Porto de Cuiabá
    Promoção da reintegração do Rio Cuiabá ao convívio dos munícipes;
    Valorização do patrimônio histórico e cultural presente na região;
    Promoção do convívio social e da prática de esporte e lazer;
    Transformação do local no principal centro de entretenimento do município.



Em sequência de sua apresentação, o projeto apresenta suas referências, em maioria de maneira mundial e uma nacional. As cidades citadas são Amsterdam, San Antonio - EUA, Shangai, Puerto Madero, Paris (Rio Senna), Florença na Itália e Belém do Pará no Brasil.

O Projeto também apresenta a problemática no bairro Porto, apresentando fotos e contextualizando a situação local, nos quais apresenta os seus edifícios históricos em ruínas e abandonados pelo poder público e pela sociedade, apresenta a falta de infraestrutura do bairro, a marginalização das pessoas, que são usuários de drogas e se prostituem, o problema do lixo e esgoto que afetam o rio, e até mesmo um apelo popular “Acorda Cuiabá. Ciclovia Já!” expressado no muro da antiga instalação da Sanecap.


Assim que termina a apresentação da problemática, das referenciais e do objetivo do projeto, inicia-se com uma bela foto do porto antigo, e dá-se início de uma frustrante apresentação de projeto.


Já na localização do projeto, na demarcação de sua instalação, se nota um rompimento da continuidade do projeto em relação à extensão da Av. Beira Rio. Com isto, já desbanca dois dos tópicos listados nos objetivos iniciais da apresentação, pois com este rompimento dificulta a reintegração do Rio Cuiabá e os moradores da região e bairros interligados, o convívio social e a prática de esporte e lazer ficam interrompidos pela falta de conectividade com o entorno, além da não priorização dos meios de transporte públicos e as suas principais ligações com o bairro. Perde-se a ligação com a rotatória da Av. Miguel Sutil, Rua Barão do Melgaço, Ponte Nova e a Av. Beira Rio, com isto o ciclista que se interessar no uso da ciclovia proposta, passa a ter que usar vias não seguras para ter acesso a um pequeno trecho de ciclovias, fazendo disto uma perda de interesse da população com a nova instalação. O Grupo “Ciclovia Já!” propõe que a ciclovia se conecte com o entorno, tanto chegando à rotatória, quanto ligando a futura estação do VLT.


A apresentação segue com belas imagens, nas quais se podem notar falta de sinalização e planejamento adequado da ciclovia, avanço das calçadas para margem do rio(APP) e redução da vegetação arbórea natural do local. O Grupo “Ciclovia Já!” propõe que ao invés de avançar para a APP, faça a ocupação de uma das duas vias presentes, já que se propõe um espaço de lazer e esporte, a redução da velocidade máxima permitida pela via, visa trazer segurança e conforto para os usuários. Se apenas sinalizar que a via deve ter velocidade máxima de 30km/h, mas manter a capacidade dimensionada para se ter mais velocidade, o motorista fará uso da capacidade total. Portanto propomos a redução de dimensionamento, velocidade segura e preservação ambiental.
+



No slide que cita a Estação Cultural e Lazer, apresenta-a muito deslocada do centro turísticos do porto e atrativos para o seu melhor uso, tornando-a um elefante branco na orla do rio, pois com pouca conectividade ao entorno e falta de ligação com o transporte público, este tipo de edificação segrega e isola a comunidade local e de baixa renda ao seu uso. A Estação Cultural e Lazer mais se parecem com um playground e projeto copiado de qualquer praça no mundo, pois não apresenta nenhuma identidade local, seus equipamentos são poucos atrativos, há enorme ausência de bancos e pouca arborização, além de que nada se propõe a cultura, nem regional e nem nacional. O observatório e o píer oferecem pouca segurança e baixa acessibilidade, não pode ser notado nas imagens rampas e sinalizações para pessoas com alguma deficiência, sendo visual ou de mobilidade reduzida e até mesmo idosas. O Grupo “Ciclovia Já!” propõe que aproxime a Estação Cultural e Lazer, ao Mercado Municipal, e reutilize o espaço onde estava desenvolvendo a tradição cultural do Siriri e Cururu, criando uma nova estrutura que não seja voltado apenas a atividade física, mas que promova a cultura regional. Outra coisa é não concentrar todo o equipamento urbano em um ponto só, seria interessante que os equipamentos de saúde e exercícios sejam distribuídos ao longo da orla, para que toda a orla possa produzir saúde e qualidade de vida.



Ao continuar a apresentação e observar o design dos novos quiosques, nota-se que mais se parecem com fast food, sem identidade e característica da arquitetura cuiabana. As árvores que poderiam fazer sombras para as mesas e cadeiras, foram substituídas por sombreiros (guarda-sol) nas mesas. A falta de respeito com a cultura verde e sustentável junto ao rio também é notada, pois ao descumprir a lei referente às áreas de APP e invadi-las para ampliar as calçadas e instalar quiosques, a prefeitura deixa de dar exemplo aos seus moradores, incentivando a prática tradicional do nosso estado de não respeitar a natureza e seus direitos. O Grupo “Ciclovia Já!” propõe novos quiosques com tipologia única valorizando os símbolos e a identidade de nossa região, resguardando nossa cultura e valorizando nossa arquitetura. Propõe-se também que toda instalação feita na APP seja elevada, assim como caminhos e quiosques.
Quanto ao novo aquário, o tópico três das propostas iniciais, cita “valorização do patrimônio histórico e cultural presente na região”, contudo no projeto se apresenta o contrário, um plágio descarado e mau feito do Water Cube de Pequim, com suas imagens e referenciais ao ainda ao lado, mostra-se apenas imagens incompletas de uma ideia que ainda falta desenvolver. O desrespeito ao mercado municipal não o valoriza, pois a arquitetura nova sobrepõe e pretende chamar mais atenção que a existente, e não se trata de fazer contraste e sim de isolar um espaço favorecendo outro. O Grupo “Ciclovia Já!” propõe que seja feito um estudo mais apurado sobre o tipo de edificação que seria mais adequado à arquitetura existente e seu entorno, e questiona sobre a atual estrutura do Aquário Municipal, se há recursos e manutenção.
Ao fechar a via à margem do rio e manter aberta a via frente as históricas casas e comércios do porto, o projeto torna a descumprir seus objetivos, não valoriza o patrimônio, segrega a população e aumenta a marginalização dos moradores locais, que se continuar incomodando serão deslocados para outra região. O Grupo “Ciclovia Já!” propõe que haja uma ruptura das vias, integrando o espaço em uma grande praça de lazer, ao invés de segregar o certo seria unir, fazer novos usos das edificações antigas criando uma praça de alimentação e artesanato.
Quando a população local poderá fazer uso dos luxuosos restaurantes que tomam a margem do rio em frente ao mercado municipal? Na imagem do slide 37 deixa claro, a segregação da população e o isolamento pela rua. Se antes a reclamação era que havíamos virado as costas para o rio, com os novos restaurantes, colocamos uma porta paga para ele, uma porta que avança a APP, que segrega o pobre, que isola o patrimônio histórico. Porque não estudar o oposto, instalar os restaurantes aproveitando as residências históricas, restaurando-as e propondo novo uso? O Grupo “Ciclovia Já!” propõe que já que há demanda para restaurantes de luxo, e que este perfil oferece contraste social, mas não pode ser esquecido também, que os novos restaurantes sejam instalados no lado oposto do centro cultural, no início da orla vindo pela Miguel sutil, pois há espaço que não ocupa APP, espaço para instalar estacionamentos, e também há boa vista para o rio. Se o projeto for bem feito, este ponto proposto poderá contemplar toda a orla do rio com a cidade de Cuiabá como plano de fundo.
A proposta do estacionamento faz uso de uma área que desenvolve uma tradição popular com as festividades do Siriri e Cururu, numa cidade que falta poucos pontos culturais, num projeto que há pouco favorecimento aos modais alternativos e transporte coletivo, se desfaz de uma área riquíssima, que poderia abrigar além dos estacionamentos, pontos culturais e de lazer, poderia ser a área de transição do bairro porto com as novas instalações, poderia ser tanta coisa que a criatividade arquitetônica e urbanística nos permite criar, que a única coisa que não poderia ser é um único e exclusivo estacionamento para 912 vagas. O Grupo “Ciclovia Já!” propõe que seja feito um estudo para instalação da Estação Cultural e Lazer, podendo-se pensar no estacionamento subterrâneo ou até mesmo reduzido no perímetro da Estação.

Aí para completar o projeto se propõe com belas imagens, mascarar e maquiar o bairro porto, até porque quem está nos restaurantes de luxo não vão querer ficar olhando as edificações podres e abandonadas do outro lado da rua, então se propõe lojinhas de artesanato. Para acessar 3 restaurantes há amplas calçadas, uma praça que interliga eles ao Mercado Municipal e ao Plágio de Pequim (nome sugestivo para a nova obra), e para acessar a cultura precisa-se atravessar a rua e transitar por calçadas pequenas. Estamos fazendo isto certo?

Enfim, para concluir apresenta uma imagem de como seria a Praça Luís de Albuquerque se ela fosse cuidada pelo município.

Se este projeto fosse a apresentação de um trabalho de um aluno na faculdade, pelas belas imagens poderia tirar a nota 5.4, no sistema de ensino de hoje, seria reprovado por 6 décimos, as imagens conquistam, porém se for olhar pelo olhar técnico, se for olhar pela qualidade, pela integração, pelo urbanismo proposto, poderá compreender que é apenas imagens sem qualidade de projeto.

O problema começou nas referencias, todos os projetos de referência apresentam rios canalizados, rios que já foram muito poluídos e que foi recuperado para uso da comunidade, rios em cidades históricas, os quais delimitar o rio era a solução para sua preservação. Nenhum destes casos se aplica a nossa peculiaridade, nosso rio ainda está vivo, suas margens fazem parte dele. Hoje se viramos as costas para o rio, o verde das árvores sempre esteve de frente a ele. Se este argumento furado em forma de projeto for executado, boa parte da APP será devastada, mesmo que se proponha instalar as árvores em outros locais, ali é o lugar delas.

Outro problema, a população do bairro do Porto, hoje vive o esquecimento, a marginalização da sociedade, com o novo projeto, apenas agravará este problema, apenas segregará e excluirá a população do Porto. Propomos que haja pesquisa, que tenha enquetes, e ouça a população para saber o que precisam.

Quanto à ciclovia, ela está sem conexão, no projeto ela apenas margeia 800 metros de 1,3km de projetos para a orla do Porto, há no mínimo dois pontos que ela precisa chegar, na rotatória da Beira Rio com a Miguel Sutil e Ponte Nova, e também no novo terminal do VLT, que será instalado em frente ao Atacadão. O ideal é que se a ciclovia for bidirecional, que tenha um dimensionamento adequado já que há espaço. O correto seria ter duas faixas de no mínimo 1,5m cada. E falta integração do projeto com o transporte coletivo, o grupo propõe um ponto de ônibus no centro do percurso da orla.

Do projeto o que se salva, é a vontade de fazer, as ideias das propostas, e o amor pelo bairro Porto. Quanto às normas, arquitetura e urbanismo, deixam muito a desejar. Acreditamos que se o projeto for compartilhado, podemos ajudar de forma voluntária a evoluir a ideia e desenvolver melhor este trabalho. Há estudantes e profissionais de arquitetura e urbanismo que podem contribuir, além do grupo “Ciclovia Já!”, que teria o maior prazer em ajudar.

O que precisamos são de políticas simples, eficientes, que outras cidades já mostraram que funcionam. Contamos com o senhor para nos ajudar e criar uma Cuiabá para pessoas.

QUEREMOS DEIXAR CLARO NÃO SOMOS CONTRA O PROJETO, APENAS QUEREMOS MELHORÁ-LO. Compartilhe conosco o projeto e as informações. 

No aguardo e na certeza de uma resposta e solução.

Atenciosamente,

Grupo Ciclovia Já – Acorda Cuiabá.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Grupos querem mudanças em projeto

ALECY ALVES
Da Reportagem

Organizações sociais reclamaram ao Ministério Público Estadual de questões ambientais e supostas falhas no projeto Porto Cuiabá, lançado recentemente pela prefeitura como um dos mais importantes projetos de revitalização da orla do Rio Cuiabá, num trecho 1,3 km, entre as pontes Julio Muller e Maria Elisa Bocaiúva (velha e nova).

Em reunião com procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, o promotor Carlos Eduardo Silva e o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Lamartine Godoy, integrantes do movimento “Ciclovia Já” não pouparam críticas ao projeto.

Além de reclamar diretamente ao representante do Executivo Municipal, o grupo entregou uma carta, endereçada ao prefeito Mauro Mendes, na qual destaca os principais pontos da proposta elencados pela prefeitura e pontua o que seriam os prejuízos ambientas e falhas.

A construção de calçadas e quiosques dentro da Área de Proteção Ambiental (APP), como está previsto, assim como a ausência de conexão da ciclovia com ruas, avenidas e a área residencial do bairro, integram a lista de queixas.

O arquiteto Abílio Brunini, do Ciclovia Já, assistiu a uma das primeiras apresentações do projeto, no Museu do Rio (Porto). Ele observa que a ciclovia não chega, por exemplo, até o trevo da avenida Miguel Sutil (Perimetral) com a rua Barão de Melgaço, tampouco ao local onde será construída a estação do VLT (Veículo Leve Sobre Trilho), na avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), região do Atacadão, onde haverá um bicicletário.

Sobre a invasão da APP, Brunini lembra que a legislação ambiental brasileira somente permite quando não há alternativa, o que não seria o caso do projeto Porto Cuiabá. Brunini destaca que nesse caso é possível inverter, ocupar parte da pista da Beira Rio.

Para o arquiteto, a idéia é válida, mas o projeto não atinge os objetivos para os quais está sendo proposto, como a requalificação urbana da região do Porto de Cuiabá, valorização do patrimônio histórico e cultural, promoção da reintegração do rio ao convívio da comunidade e de práticas esportivas e de lazer.

O procurador Luiz Alberto Scaloppe, titular da Procuradoria de Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, diz ser favorável às idéias apresentadas e que também tem algumas críticas que poderão integrar o projeto.

Mesmo porque, lembrou, o pedido de dispensa de licença ambiental desse projeto deve ser apresentado ao Consema (Conselho Ambiental) ainda este mês.

Fonte: Diário de Cuiabá

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Grupo se mobiliza junto ao MPE e apresenta mudanças no projeto “Porto Cuiabá”

Darwin Júnior - Da Redação
Foto: Reprodução



O grupo 'Ciclovia Já', Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano de Cuiabá Lamartine Godoy e o promotor de Justiça da Ordem Urbanística Carlos Eduardo Silva se reuniram nesta terça-feira (10), no gabinete do procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, titular da Procuradoria Especializada de Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, para tratar de assuntos relacionados ao projeto “Porto Cuiabá”.

De acordo com o procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, as discussões levantadas na reunião devem ser avaliadas como contribuição. “Somos favoráveis a ideia, temos algumas críticas que poderão integrar o projeto. Afinal, o pedido de dispensa de licenciamento ambiental deve ser apresentado pela prefeitura ao Consema ainda este mês”, explica o procurador.

Na 'Carta de Compromisso' elaborada pelo grupo 'Ciclovia Já' que será entregue ao prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, os integrantes apresentam algumas ideias que precisam ser reavaliadas dentro projeto orla do Porto.

“Do projeto o que se salva, é a vontade de fazer, as ideias das propostas e o amor pelo bairro Porto. Quanto às normas, arquitetura e urbanismo, deixam muito a desejar. Acreditamos que se o projeto for compartilhado, podemos ajudar de forma voluntária a evoluir a ideia e desenvolver melhor este trabalho”, relata o conteúdo da solicitação.

Entre as críticas apontadas na “Carta” ao projeto está a implantação da ciclovia ao longo da orla que, dá forma que foi pensada, está sem conexão, inclusive, com o transporte coletivo. “No projeto ela apenas margeia os 1,3 km, há no mínimo dois pontos que ela precisa chegar, na rotatória da Beira Rio com a Miguel Sutil e Ponte Nova; bem como no novo terminal do VLT que será instalado em frente ao Atacadão. O ideal é que a ciclovia não seja bidirecional, já que há espaço. O correto seria ter duas faixas de 2 metros cada, ou de, no mínimo 1,5 metro”, pontua o grupo.

O projeto apresentado pelo Poder Executivo prevê a revitalização de um trecho de 1.350 metros de extensão da Avenida Beira Rio, restauração da Praça Luís Albuquerque, ciclovia ao longo da orla, calçadão de 12 metros de largura onde serão instalados equipamentos para prática de esportes, assim como bares e lanchonetes. Próximo à orla também terá estacionamentos para mais de 900 veículos.

A iniciativa tem como objetivo de promover a reintegração do Rio Cuiabá ao convívio dos munícipes, resgatando e valorizando o patrimônio histórico e cultural presente na região e oferecendo opções gastronômicas, de entretenimento e lazer. No local, também deverá ser construído um novo aquário municipal, de mais de dois mil metros quadrados.

Além do procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe e do promotor de Justiça Carlos Eduardo Silva, do secretário municipal Lamartine Godoy, participaram da reunião o arquiteto do Ministério Público Estadual Márdio Silva Junior; a assessora especial lotada na Procuradoria Especializada de Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, Mariana Araújo Pedrassi; a representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU-MT), arquiteta e urbanista Jandira Pedrollo e os representantes do Ciclovia Já, Malu Brandão e Abílio Brunini.

Com informações do MPE

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mais de 200 ciclistas protestam para cobrar criação de ciclovias em Cuiabá

Apenas três vias de Cuiabá devem receber ciclovias, segundo a Secopa. Manifestantes esperam colher 17 mil assinaturas para projeto popular.

Mais de 200 ciclistas pretendem percorrer, na noite desta sexta-feira (27), as principais ruas e avenidas de Cuiabá (MT) em protesto para criar a implantação de mais ciclovias na cidade. Com o movimento, os participantes buscam colher 17 mil assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular, e também cobrar que sejam incluídos mais projetos de ciclovias no Plano de Mobilidade Urbana da Copa do Mundo 2014.

“A bicicleta é meio de transporte mais democrático”, afirmou o estudante Abílio Jacques Brunini Moumer, de 28 anos, um dos líderes da mobilização que faz parte do movimento intitulado “Ciclovia Já”. Moumer afirmou que os manifestantes estão cada vez mais se mobilizando para celebrar o uso da bicicleta como veículo não poluente e como meio de transporte.

Os manifestantes vão se concentrar na Praça 8 de Abril, no centro da capital, a partir das 18h30. Depois, eles vão sair em direção ao segundo ponto de encontro que será em frente a Igreja do Rosário e São Benedito. O protesto vai continuar subindo a Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA), com chegada às 21h30 no Monumento Ulisses Guimarães em frente ao Shopping Pantanal.

Moumer afirmou que em Cuiabá existe atualmente ciclovia na Avenida das Torres, região do Coxipó, e uma iniciativa de moradores da rua Barão de Melgaço que decidiram improvisar um pista para os ciclistas no acostamento da via. Ele disse, porém, que ambas não estão adequadas às normas técnicas. “Se o governo está pensando em fazer uma reestruturação da cidade por conta da Copa, é preciso também se pensar nos ciclistas”, ponderou.O representante do movimento ressaltou que, durante o encontro, os manifestantes e moradores da cidade vão poder assinar a petição pública pedindo uma lei estadual que institui a bicicleta como modal de transporte regular no aglomerado urbano da região metropolitana. O projeto deve ser apresentado na Câmara de Vereadores e também na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT). Eles querem que pelo menos 5% das vias da capital tenham ciclovias.

A Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) informou por meio da assessoria que no Plano de Mobilidade Urbana para o mundial existem três avenidas que vão ter ciclovias: a chamada Via Verde, a Avenida Parque do Barbado e parte da Avenida Arquimedes Pereira Lima, conhecida como Estrada do Moinho.

As três devem sair do papel. No entanto, no plano também consta, segundo a Secopa, a sugestão de implantação de pelo menos 19 ciclovias ou vias com tratamento cicloviário, compreendendo 106,05 km de vias cicláveis. Mas para elas se concretizarem ainda é preciso que o poder público (municipal ou estadual) elabore projetos e consiga recursos para implantá-las.